13 de dez. de 2014

O Deva e o Buda
O Buda estava um dia no jardim de Anathapindika, na cidade de Jetavana, quando lhe apareceu um Deva (espírito da natureza) em figura de brâmane e vestido de hábitos brancos como a neve, e entre ambos se estabeleceu o seguinte diálogo:
O Deva:
– Qual é a espada mais cortante?
Ao que Buda respondeu:
– A palavra raivosa é a espada mais cortante.
- Qual é o maior veneno?
– A inveja é o mais mortal veneno.
- Qual é o fogo mais ardente?
– A luxúria.
- Qual é a noite mais escura?
– A ignorância.
- Quem obtém a maior recompensa?
– Quem dá sem desejo de receber é quem mais ganha.
- Quem sofre a maior perda?
– Quem recebe de outro sem devolver nada é o que mais perde.
- Qual é a armadura mais impenetrável?
– A paciência.
- Qual é a melhor arma?
– A sabedoria.
- Qual é o ladrão mais perigoso?
– Um mau pensamento é o ladrão mais perigoso.
- Qual o tesouro mais precioso?
– A virtude.
- Quem recusa o melhor que lhe é oferecido neste mundo?
– Recusa o melhor que se lhe oferece quem aspira à imortalidade.
- O que atrai?
– O bem atrai.
- O que repugna?
– O mal repugna.
- Qual é a dor mais terrível?
– A má conduta.
- Qual é a maior felicidade?
– A libertação.
- O que ocasiona a ruína no mundo?
– A ignorância.
- O que destrói a amizade?
– A inveja e o egoísmo.
- Qual é a febre mais aguda?
– O ódio.
O Deva então faz sua última pergunta:
– O que é que o fogo não queima, nem a ferrugem consome, nem o vento abate e é capaz de reconstruir o mundo inteiro?
Buda respondeu:
– O benefício das boas ações.
Satisfeito com as respostas, o Deva, com as mãos juntas, se inclinou respeitosamente ante Buda e desapareceu.

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